Por Ana Beatriz Mancz, Daniel Lopes Raminelli, Kimberly Oshiro, Larissa Marins e Pedro Silva Araújo – Foi tão rápida a evolução tecnológica nas últimas décadas que, a cada eleição que passa, mais a sociedade está conectada. Se há muitos percalços nesse cenário, como a proliferação de fake news, há muitas ferramentas que apoiam a democracia. Aqui separamos 5 ferramentas que você tem que conhecer:
CREDIBILIDADE.ORG
O Projeto Credibilidade se mostra em uma parceria realizada entre o Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) e o Programa de Pós-Graduação em Mídia e Tecnologia (PPGMiT), da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Sua criação teve em
mente atingir dois objetivos principais, sendo eles “refletir sobre a fragmentação da narrativa noticiosa no ambiente digital e promover um jornalismo digital confiável e de qualidade” ¹.
O jornalismo de verdade, conforme as instituições parceiras, deve se diferenciar do ruído, informando a população com qualidade, veracidade, completude e inteligência. Os pontos mais fortes do projeto são a criação, no início de 2018, de grande consórcio midiático, entre 16 entidades midiáticas de grande porte, incluídas aqui agências de checagem, e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Por meio deste grande consórcio, e apoio das entidades parceiras, pretende o Projeto Credibilidade realizar no Brasil o que o The Trust Project realizou em âmbito internacional, qual seja a criação de indicadores padronizados de credibilidade, para que jornalistas, revistas, jornais e demais agentes jornalísticos tenham como aumentar a transparência frente aos leitores, com base em questionamentos feitos à própria população.
MAPA DAS MINAS:
O mapa das minas trata-se de um projeto criado em 2017 atuando inicialmente no estado do Rio de Janeiro, visando dar uma visibilidade maior e apoiar candidatas do sexo feminino. Hoje em dia a participação das mulheres na câmara dos deputados é de apenas 9% e no Senado é de apenas 10%, ocupando o lugar 161 num ranking de 186 países sobre representatividade feminina na política.
O mapa traz uma maior visibilidade as candidatas, mostrando as propostas, os cargos os quais elas disputam e sua descrição permitindo uma centralização da informação permitindo assim um maior equilíbrio entre homens e mulheres na política.
Ele permite que você filtre por partido, local e pautas que cada candidata trata. O mapa no momento só está disponível no Rio de Janeiro, mas as desenvolvedoras planejam expandi-lo para todo o resto do Brasil em breve.
Para mais informações acesse http://mapadasmina.herokuapp.com/#mapa
AGREGADOR JOTA
O Agregador JOTA é uma ferramenta que, de acordo com o próprio sítio eletrônico (https://data.jota.info/agregador/), permite que as pesquisas eleitorais sejam consolidadas, por um determinada período, podendo ser comparados, através de um gráfico, resultados de institutos de pesquisas distintos, com o intuito de mostrar tendências eleitorais.
Esse modelo, foi desenvolvido para considerar três variáveis: número de dias para a eleição – atualmente, o gráfico se inicia no dia 10/06/2018; tamanho da amostra da pesquisa; e histórico do instituto de pesquisa; a partir disso realizam mais de 2500 simulações, com a intenção de trazer mais confiança e se aproximar mais dos resultados finais.
VOATZ
“Votophone”, já existe !
Uma solução aceita pelo Estado da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, para que cidadãos à serviço das Forças Armadas possam participar do processo eleitoral, para os membros do Congresso dos Estados Unidos, mesmo encontrando-se fora do país.
O aplicativo chamado Voatz tem software desenvolvido por uma startup, com apenas 3 anos de existência, que usa reconhecimento facial ou biometria e tecnologia blockchain, sendo a mesma usada nas transações de bitcoin e outras moedas virtuais.
A companhia explica que a tecnologia Blockchain, quando usada para transações financeiras como Bitcoin, não pode ser totalmente anônima, tornando o termo ‘‘pseudônimo’’. No entanto, quando usado no voto o aplicativo torna a identidade do eleitor duplamente anônima: primeiro pelo smartphone, e segundo pela rede de servidores blockchain. Garantindo assim os mesmos direitos que os votos tradicionais.
Contudo, existem críticas quanto ao seu uso. Joseph Lorenzo Hall, tecnólogo chefe do Centro de Democracia e Tecnologia, afirmou, para o site da CNN que:
“O voto móvel é uma ideia horrível. É a votação pela Internet nos dispositivos terrivelmente seguros das pessoas, em nossas redes horríveis, para servidores que são muito difíceis de proteger sem um registro em papel físico da votação.”.
Apesar do tema sofrer com o ceticismo e com o conservadorismo de alguns, não viável que o sistema de computação de votos fique estagnado no tempo, diante de tantas possibilidades que surgem para sua modernização.
Não há como afirmar e bater o martelo que o Voatz é a melhor opção de hoje em dia, contudo é a companhia que está se arriscando na área e ganhando cada vez mais visibilidade e representatividade.
MUDAMOS
Dentre os mecanismos de democracia direta hoje consagrados, temos a iniciativa popular, prevista nos artigos 14, III e 61, §2º da Constituição Federal de 1988. Sendo um instrumento de suma importância, o projeto de lei resultante percorre um longo caminho para que seja aprovado, como o alto número de assinaturas em papel necessárias e a sua difícil verificação de autenticidade. Diante deste complexo procedimento, o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) desenvolveu o aplicativo Mudamos, na qual cidadãos podem assinar projetos de lei municipais, estaduais ou nacionais e enviar os seus próprios. A autenticidade das assinaturas colhidas é averiguada por meio da tecnologia “blockchain”, que elabora e mantém um banco de dados que identificam digitalmente os usuários do aplicativo, minimizando o risco de fraudes. Além de informações básicas como data de nascimento, CPF e título de eleitor, é possível também rastrear o celular por meio do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), reforçando ainda mais a segurança do aplicativo.